quarta-feira, 28 de junho de 2017

A Santa Missa Parte por Parte

             A Eucaristia é “fonte e ápice de toda a vida cristã”. Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa (CIC, 1324).

            Os primeiros cristãos chamavam de Ceia do Senhor ou fração do pão. Nós a chamamos também de Eucaristia, que significa ação de graças. É, portanto, a celebração do memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, a sua Páscoa e a nossa.

Quais as passagens do NT que narram a instituição da Eucaristia?
o        1Cor 11,23-25 (mais antigo); Lc 22,19-20; Mt 26,26-28; Mc 14,22-24. João, no seu Evangelho, mostra a importância de comungar o Corpo e o Sangue do Senhor, a santa Comunhão (cap. 6).

Quem celebra a Eucaristia?

            Toda a assembléia dos batizados celebra a Ceia do Senhor, cada um de acordo com o seu ministério no seu lugar. Somos um “povo de sacerdotes, um povo eleito, uma nação santa”.


X    RITOS INICIAIS

Canto de Entrada - Dá início à celebração. Sua função é favorecer a união dos fiéis em assembléia, introduzir seu espírito no mistério do tempo litúrgico ou da festividade e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. A antífona de entrada substitui o canto.

Sinal da cruz - É a porta de entrada e saída da Missa. É composto por gestos e palavras, exprimindo que a missa é memorial daquilo que Cristo fez em sua páscoa.

Saudação - Anúncio à comunidade reunida na presença do Senhor. A saudação do sacerdote e a resposta do povo manifestam o mistério da Igreja em assembléia.

Ato Penitencial (Comunitário) - É uma sincera atitude interior de toda a assembléia que reconhece. Diante de Deus, sua pobreza e fraqueza, e apela para o amor misericordioso do Cristo, seu Senhor.

Hino de louvor - É uma solene doxologia (louvação), um hino antiquíssimo, que não deve ser substituído por nenhum outro canto. É prescrito nos domingos, festas e solenidades, omitido no advento e na quaresma. Com este hino, a Igreja, reunida no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro.

Oração da Coleta - primeira das três orações presidenciais. O padre convida o povo a orar; e todos, com o sacerdote, permanecem um momento em silêncio, para tomar consciência de estar na presença de Deus e para fazer, no próprio íntimo, sua oração pessoal. Depois o sacerdote diz a oração; por meio dela é expressa a índole da celebração, e, com as palavras do sacerdote, dirige-se a prece a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo. O povo dá seu assentimento respondendo: Amém


X    LITURGIA DA PALAVRA
Está posta a primeira mesa, a da Palavra. As leituras oferecem aos fiéis a Palavra de Deus e abrem-lhes os tesouros da Bíblia.

Primeira leitura - É quase sempre do AT (exceto na Páscoa, quando é retirada dos Atos dos Apóstolos). A leitura do AT é escolhida em função do Evangelho, formando quase sempre um par em torno de um tema (sobretudo no Tempo Comum). Ora, os dias de semana do tempo comum são divididos em ano par e ano ímpar. Assim, a cada dois anos lêem-se as passagens mais significativas de toda a Bíblia.

Salmo Responsorial - É a resposta orante da assembléia. Às vezes trata-se de um hino bíblico com função sálmica. Deve ser sempre cantado, pelo menos o refrão.

Segunda Leitura - É Sempre do Novo Testamento. No tempo comum, de maneira contínua, o lecionário traz as passagens mais significativas do NT, sem, necessariamente, estarem diretamente relacionadas com o Evangelho. Está prescrita somente para os domingos e solenidades.

Sequência - São hinos entoados em dias especialíssimos do ano litúrgico. São obrigatórias a de Páscoa e a de Pentecostes. Já a de Corpus Christi Nossa Senhora das Dores são facultativas.

Aclamação ao Evangelho - O canto é alegre e vibrante: Aleluia (exceto na quaresma). A estrofe é quase sempre um versículo da Escritura.

Evangelho - A proclamação do Evangelho é o ponto mais alto da liturgia da Palavra. As leituras dominicais são repetidas a cada três anos, de modo que se formem ciclos trienais: Ano A (Mateus); Ano B (Marcos); Ano C (Lucas). O Evangelho segundo João é reservado às festas e alguns domingos da Quaresma e do Tempo Comum. Nos dias de semana, no intervalo de um ano, lemos praticamente todo o Evangelho. Para que a Palavra nos guie no que pensamos, dizemos e fazemos, marcamos com a cruz (persignação):

v   A testa = mente
v   A boca = palavras
v   O peito = sentimentos
            Após a proclamação, o Evangelho é reverenciado com o ósculo.

Homilia - É normalmente feita pelo presidente, deve ser realizada sempre por um ministro ordenado. É muito recomendada, pois necessária para alimentar a vida cristã. Leve em conta o mistério celebrado e as necessidades particulares dos que a ouvem.

Profissão de fé - Tem por objetivo suscitar na assembléia, depois de ouvida a Palavra de Deus nas leituras e na homilia, uma resposta de assentimento, e relembrar a regra da fé, antes de se começar a liturgia eucarística. Há três formas: o Símbolo dos Apóstolos, o Símbolo Niceno-constantinopolitano e a Renovação das promessas batismais. O Credo é professado nos domingos e solenidades.

Oração da assembléia - a Palavra se faz oração. O povo eleva súplicas pela Santa Igreja, os governantes, todos os homens e a salvação do mundo.


X   LITURGIA EUCARÍSTICA

Da mesa da Palavra passamos à mesa da Eucaristia, estritamente unida à primeira. Nossa atenção concentra-se no altar.
Canto e apresentação das oferendas - Durante o canto (ou sem ele) o presidente apresenta ao Pai do Céu as ofertas do pão e do vinho, frutos da terra e do trabalho humano. Essas ofertas se tornarão Pão da vida (corpo de Cristo) e Cálice da Salvação (Sangue de Cristo). Feita a apresentação das ofertas, o celebrante principal lava as mãos, pedindo a Deus que o purifique de todos os pecados para que possa participar do santo sacrifício do altar.

Orai irmãos... - O presidente da celebração convida a assembléia a uma só oração para que Deus aceite O sacrifício que está sendo oferecido.

Oração sobre as oferendas - É a segunda oração presidencial da Missa. Em nome da assembléia que celebra, o presidente pede a Deus que aceite a oferta do seu povo fiel e santo.

Oração Eucarística - Tem início o momento central e culminante de toda a celebração, isto é, a oração eucarística, ou oração de ação de graças e de santificação.  No Brasil há 14 preces eucarísticas, entre elas:

3 para missas com crianças,
2 sobre reconciliação,
4 para diversas circunstâncias.

Cada oração eucarística possui suas próprias características. No entanto todas possuem em comum oito elementos fundamentais:

Prefácio - Inicia com um diálogo entre o presidente e a assembléia. Varia de acordo com o dia, a festa ou o tempo. O sacerdote, em nome de toda a assembléia, rende graças ao Pai por Jesus Cristo.

Santo - O prefácio termina com uma aclamação cósmica a Deus. Deveria ser sempre cantado.

Epiclese - É a invocação do Espírito Santo sobre as oferendas, a fim de que os dons oferecidos sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo.

Narrativa da instituição e consagração - Quem preside repete os gestos e palavras do Senhor na última ceia. O sacerdote mostra ao povo o Corpo e o Sangue do Senhor. Todos adoram em silêncio. É o mistério da fé ao qual todos respondem com uma aclamação.

Anamnese (memorial) - Recordação da bem-aventurada paixão, morte e ressurreição de Cristo.

Oblação - A Igreja, de modo especial a assembléia reunida, oferece ao Pai no Espírito Santo a Vítima Imaculada, Cristo.

Intercessões - Pela Igreja (papa, bispos, presbíteros, diáconos, todo o povo de Deus), pela comunidade reunida, pelo mundo todo e pelos fiéis falecidos. Exprimem a comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, e expressam que o sacrifício é realizado em favor de todos.

Doxologia final - Exprime a glorificação de Deus: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo...” É a conclusão da oração eucarística. É confirmada com a aclamação do povo: Amém.

       Rito da Comunhão:

Pai-nosso - Somos educados por Deus a vivermos como uma família única, com um único Pai. A oração que segue o Pai-nosso é ampliação do seu último pedido (mas livrai-nos do mal). A assembléia intervém com a doxologia: “Vosso é o reino, o poder...”.

Rito da paz - Os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e para toda a família humana, e exprimem entre si o amor mútuo, antes de participar do mesmo pão.

Fração do Pão - O presidente da celebração parte o pão, repetindo o que Jesus fez: “Tomou o pão, deu graças e o partiu...” Este gesto desde o tempo apostólico deu o nome a toda ação eucarística. Significa que nós, embora muitos, nos tornamos um só corpo na comunhão do mesmo Pão da Vida, o Cristo. O sacerdote mistura uma pequena porção da hóstia consagrada ao vinho consagrado, para sublinhar o tema da unidade: Corpo + Sangue. Nesse momento canta-se ou recita-se o “Cordeiro de Deus”, enquanto o sacerdote se prepara, com uma oração silenciosa, para receber com fruto o Corpo e Sangue de Cristo.

Convite à Ceia - O presidente mostra o Corpo do Senhor, fazendo o convite: “Felizes os convidados...” Depois, unindo-se à assembléia, responde com as palavras do oficial romano: “Senhor, eu não sou digno...” (Lc 7,6s).

Comunhão - Enquanto o sacerdote e os fiéis comungam, entoa-se o canto da comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes. Demonstra a alegria dos corações e torna mais fraterna a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. Quem o distribui diz com convicção: “O Corpo de Cristo!” Nós respondemos: “Amém!” Pode-se comungar com a mão ou com a boca.

Ação de graças - Toda a celebração Eucaristia consiste numa ação de graças, mas este é o momento oportuno para agradecer em silêncio ou com um canto de louvor. Nunca compreenderemos plenamente o que Deus fez por nós e nunca conseguiremos agradecer de modo perfeito. Por isso, de todo o coração, devemos adorar o Senhor que está agora também nos corações dos fiéis.

Oração pós-comunhão - O presidente, de pé, convida à oração dizendo: “Oremos!”. É a terceira oração presidencial, e se dirige a Deus em forma de pedido. O sacerdote implora os frutos do mistério celebrado, e o povo, pela aclamação Amém, faz a sua oração.

X RITOS FINAIS

Avisos - (quando necessário)

Bênção final - No início marcamos nosso corpo com o sinal-da-cruz e com a presença da Trindade. Na bênção final, é a própria Trindade que nos abençoa e acompanha pela vida. Em ocasiões especiais há formulários próprios de bênção solene (advento, natal, páscoa, festas...).

Despedida - O presidente da celebração (ou o diácono) despede a assembléia em paz. Todos devem voltar às suas atividades louvando e bendizendo o Senhor com suas boas obras.

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